segunda-feira, 30 de julho de 2012

Gestão dos resíduos sólidos e participação pública

Existem diversas questões que se mostram desafios para o gestor público e para a sociedade civil. No municipio de Niterói um desses desafios é sem dúvida alguma a gestão dos resíduos sólidos.

De forma simplificada, podemos visualizar a execução dessa política pública em dois estágios: (i) a coleta; e (ii) a destinação final. A coleta, essencialmente local, em regra, deverá ser executada pelo próprio município. Todavia, nem sempre a destinação final do material coletadoprecisa ser realizada única e exclusivamente por um município, podendo haver consórcios intermunicipais para lidar com o problema dos lixões (que, segundo a legislação em vigor, deverá ser solucionado até 2014).

Ocorre que, a despeito da existência de laços cooperativos entre os muncípios no entorno de Niterói, é preciso haver planejamento. Nesse sentido, a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei n. 12.305/10) determinou que Estados e Municípios elaborem – em conjunto com a sociedade (por meio de participação efetiva) – os planos de resíduos sólidos até o dia 02 de agosto de 2012.

A apresentação do Plano é condição para que Estados e Municípios tenham acesso aos recursos da União destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade.

Como reiteradamente reforçamos, a participação pública passou a ser um dos pilares do Estado brasileiro após a Constituição Federal de 88. Assim não deixou de ser na PNRS. Um de seus princípios é, exatamente, o direito da sociedade à informação e ao controle social (i.e., através da participação pública).

Especificamente sobre a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos, a PNRS é clara ao afirmar que deverá serassegurada ampla publicidade ao conteúdo dos planos de resíduos sólidos, bem como controle social em sua formulação, implementação eoperacionalização.

Todavia, conforme noticiado por alguns veículos de imprensa, o município de Niterói já teria definido o local do suposto novo aterro sanitário. Com área equilavente a 70 mil m², o empreendimento deverá ser localizado no Caramujo. O projeto, inclusive, já estaria sendo submetido a licenciamento ambiental junto ao Instituto Estadual do Ambiente – INEA.

Considerando a necessidade (leia-se, obrigatoriedade) de participação pública efetiva,indagamos: a população foi consultada? Houve efetivo controle social? Não podemos deixar de participar e permitir a formulação de políticas públicas municipais sem o devido controle por parte da sociedade

Essa coluna é colaboração de Pedro Vasques.

sábado, 21 de julho de 2012

E BOM SABER...21/07/2012-


E a participação, cadê?
A partir da Constituição Federal 1988 houve um forte estímulo ao desenvolvimento dos mecanismos de participação pública. Um dos principais instrumentos normativos que estão permeados por esse ideal republicano é o Estatuto da Cidade, em vigor desde 2001.
Em Niterói não foi diferente. Nosso Plano Diretor – legislação que regula a ocupação do espaço urbanomunicipal –, datado de 1992, sofreu diversas alterações pela Lei Municipal n. 2.123/2004 para incluir os novos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade.
Dentre os inúmeros mecanismos – alguns raramente aplicados, como, por exemplo, o IPTU progressivo –, destacamos o Conselho Municipal de Política Urbana - COMPUR. Este órgão, dentre as diversas funções as quais possui, tem como finalidadeassessorar, estudar e propor diretrizes para odesenvolvimento urbano municipal.
Desde 1992 (isto é, antes mesmo do próprio Estatuto da Cidade) nosso Plano Diretor já previa a participação da sociedade civil na composição do COMPUR. Todavia, após 2004, essa participaçãopassou a figurar como uma das garantias de que a cidade seria gerida democraticamente.
Atualmente, conforme a legislação em vigor, 11 das 18 vagas que compõem o Plenário do COMPUR são (ao menos em teoria) ocupadas por membros da sociedade civil. Estamos falando aqui que quase 2/3 dos assentos do COMPUR devem ser ocupados pela sociedade civil (através dos trabalhadores, empresários, ONGs, universidades, etc.).
Contudo, a cada ano que passa fica evidente ogigantesco descompasso entre as demandas da cidade e de seus cidadãos e o que efetivamente vem sendo deliberado e executado no âmbito das políticas públicas urbanas municipais.
As decisões sobre as intervenções urbanísticas (tal como o Projeto de Lei de Meios de Hospedagem, que autorizaria a construção de edificações acima dos limites fixados no Plano Diretoradotadas pela municipalidade vêm efetivamente representando os interesses da sociedade civil de Niterói?
Essas decisões representam você, cidadão niteroiense?
As eleições municipais possuem uma importância imensa no que se refere à gestão da cidade e não devem ser desprezadas. Todavia, não podemos esquecer que esses mecanismos de representação são insuficientes. É preciso utilizar dos canais de participação direta para que haja um verdadeiro exercício da democracia republicana.

Marcio Vasques
Esta coluna também pode ser lida no JORNAL DE ICARAÍ -edição de 21//7/1012

FLAMENGO...NUNCA VI COISA IGUAL

AMIGOS RUBRO-NEGROS, SE TIVEREM UM TEMPINHO, VALE A LEITURA.

Como muitos rubro-negros, estou irritado com a situação atual do
Flamengo. E mesmo acreditando no trabalho do Zinho, não consigo
enxergar possibilidade efetiva de mudanças a curto e médio prazo para
os problemas de futebol da Gávea. Graças a Deus há pelo menos 4 times
piores que o Flamengo neste campeonato brasileiro e assim, em tese, o
risco de rebaixamento inédito não me assusta. Entendo que o clube
deveria verdadeiramente começar o planejamento para 2013 e assumir
publicamente que o grande objetivo este ano é enxugar a inacreditável
folha salarial do futebol e preparar a base de um novo time para as
próximas temporadas. Qualquer coisa diferente disso, será perda de
tempo, nocivo à Instituição e meramente político.

É impressionante como o Flamengo não consegue se reerguer. Até o
Corinthians hoje em dia colhe frutos de uma administração que soube
explorar o potencial de sua torcida, com inteligência nas ações de
marketing (embora tenha contado com valiosa contribuição do Poder
Público na questão do estádio e pela aliança inoportuna de seu
ex-presidente com a CBF). Há outros exemplos recentes de sucesso em
gestão empresarial no futebol brasileiro que poderiam servir como
parâmetro ou diretriz para o Flamengo. Mas não. Os mesmos caciques que
há quase 30 anos dominam o cenário político do clube se alternam no
poder e neste momento se colocam como "pilares da excelência de
administração" ou "salvação" para o clube. É desanimador o cenário. E
o pior: qualquer mudança neste panorama passa necessariamente por uma
reforma do estatuto do clube, o que convenhamos, será muito difícil
diante do baixíssimo número de sócios e interessados.

A solução poderia vir da torcida. E sendo um clube de massa, o
Flamengo possui uma torcida gigantesca, mas que em sua grande maioria
parece não entender o que se passa no clube. É irritante ver e ouvir
torcedores durante as partidas gritando e clamando por raça ou
idolatrando jogadores que sequer possuem a mínima condição de vestir a
camisa do clube. E quando a maior parte da torcida é cega, surda e
muda, as esperanças ficam ainda mais reduzidas. O problema é muito
maior.

Hoje em dia, ver jogo de futebol do Flamengo faz mal à saúde, mesmo de
quem não torce para o time. E isso não é culpa exclusiva do Joel, pois
antes do Luxemburgo, o time já fazia apresentações abaixo da média,
tanto que escapou por milagre do rebaixamento em 2010. E impressiona
saber que, em tese, há "profissionais" bem remunerados pelo clube com
a incumbência de administrar o futebol do clube. Custo a acreditar que
dentre tantos "profissionais", não haja um mísero espírito de luz
capaz de enxergar, por exemplo, que um time de futebol não pode ser
escalado com 4 volantes, que um volante de idade avançada não tem a
mínima condição de ser improvisado na lateral esquerda, que o Negueba
não possui condições técnicas para ser jogador do Flamengo e opção de
mudança no ritmo do jogo no segundo tempo, dentre outros.

Neste cenário atual há enigmas que precisam ser desvendados. Perguntas
que merecem respostas. Vou listar algumas abaixo:

1. A saída do Ibson em 2009 foi um dos fatores para a conquista do
hexa. "Perdemos" sua criatividade para a entrada do Pet, no "auge" de
seus 37 anos para comandar o meio-campo do time até a conquista. Veja,
o Ibson foi reserva na maior parte do tempo em TODOS os clubes que
jogou. E sempre atuou em sua posição de origem. Mas, no Flamengo,
carrega status de "ídolo", ganha um salário altíssimo e é
insubstituível, homem de confiança do Joel. Jogando como terceiro ou
quarto homem de meio-campo, prendendo em demasia a bola, errando
passes, proporcionando contra-ataques, reclamando de companheiros e da
arbitragem o tempo todo. Nenhum diretor ou vice-presidente de futebol
enxerga isso?

2. Rendendo abaixo da crítica desde 2009 (vide episódio diante do
Náutico no Maracanã), o Leo Moura ainda assim ostenta o status de
titular absoluto, melhor lateral do Brasil e é reverenciado pela mídia
especializada e pela torcida. Quer renovar por 3 anos (tem 34)
ganhando 500 mil reais por mês, sendo que já declarou que quer jogar
no meio-campo. Para que renovar então se o cara não será mais lateral?
E o risco trabalhista em caso de rescisão do contrato? Você acha que
realmente há mercado nacional interessado em pagar 500 mil reais por
mês a ele (relembre casos de Toró e o lateral Juan)? Dêem uma placa a
ele pelo tempo de clube, pelo bom futebol apresentado até 2008, mas
daí a renovar com ele no final do ano é uma temeridade. Há tempos o
Leo Moura não apóia, não marca, não faz nada em campo. A maioria dos
gols ou das jogadas dos adversários surgem na avenida que ele deixa
quando...não apóia ao ataque. Está sempre se escondendo do jogo, atrás
da linha da bola e de vez em quando surge no meio-campo, abandonando a
lateral.

3. Alguém precisa calar o Joel. Adora se vangloriar de 30 anos de
carreira. Mas te pergunto: você lembra 4 ou 5 bons trabalhos do Joel
nesse período? E de trabalhos ruins? Perceba, tratamos a exceção como
regra. E o clube banca um salário altíssimo para um sujeito que parou
no tempo (aliás, não é "privilégio" do Flamengo, temos técnicos ruins
que fazem rodízio nos principais clubes brasileiros sem nada a
acrescentar do ponto de vista tático ou técnico). E como ele, fizemos
o mesmo com Silas, Rogério Lourenço, Caio Junior...

4. Renato Abreu. Teve uma boa fase no Flamengo. Mas, hoje em dia
engessa o meio-campo. Não tem função. Aliás, tem. Cobrador de faltas.
Porque fora isso, não apóia, não marca, não faz nada. Chamá-lo de
ídolo é uma ofensa aos ídolos do passado. Antes do problema cardíaco,
o Renato já não corria em campo. Agora então complicou. Está vivendo
de 3 ou 4 gols que fez no ano. Não recebe uma bola durante a partida
sem antes fazer um giro de 360º e olhar para traz. Como rubro-negro
que diz ser, deveria ser o primeiro a pedir para sair. Que o clube lhe
dê alguma placa comemorativa, o convide para ser embaixador e tal, mas
jogador não dá mais.

5. Botinelli. Queria saber o nome do responsável no clube por
contratar jogadores sulamericanos. Peralta, Fierro, Max Bianchucci. É
normal errar tantas vezes? É o único argentino sem raça/vontade que
conheço.

6. Nos últimos tempos apostamos em Souza, Obina, Dimba, Dill, Josiel,
Negreiros, Vanderlei, Jael, Denis Marques. Juntos não fizeram 100 gols
em 1000 partidas pelo Flamengo. Agora a bola da vez é o tal do
Hernani. Fraco tecnicamente. É um poste. Fará 5 ou 6 gols e depois irá
para o Oriente Médio ou algum clube do Nordeste, sem deixar saudades.
Não temos um atacante nas categorias de base? Nossos treinadores da
base não poderiam treinar ou investir na formação de um jogador de
área? Cadê o planejamento e a integração com os profissionais? Junte o
salário e as luvas pagas a esses caras e já teríamos construído o CT
ou então pago boa parte das dívidas com o Pet, Romário...

7. Gostaria de ouvir a preleção do Joel antes dos jogos e o que ele
fala antes dos treinos. Aliás, uma semana na Gávea ou no Ninho do
Urubu faria com que eu desse mais contribuição ao time que o Joel em
10 anos lá. E faria tudo de graça. Em primeiro lugar, o Leo Moura não
seria meu capitão, pediria ao Ibson para não dar ataque de pelanca em
campo. Acabaria com essa coisa de rachão. Meus treinos durariam mais
de meia hora e teria parte tática, técnica, posicionamentos,
fundamentos. O Love entraria em forma novamente, o Adryan não seria
esquecido na meia esquerda, o Magal seria tudo, menos jogador de
futebol. O Marllon retornaria à escolinha de futebol para aprender
posicionamento e noção de cobertura. O Negueba e o Wellington seriam
emprestados de graça para qualquer clube do mundo, com duração do
empréstimo até o final do contrato. O Thomaz receberia mais chances no
time profissional. Treinaria posicionamento em escanteios, jogadas de
contra-atque, jogadas ensaiadas em cobrança de falta. Volante não
seria lateral direito nem esquerdo. Meia de criação não seria
atacante. Atacante não seria meia. E quem não se enquadrasse nesse
novo panorama, que viesse a público falar. Ninguém neste time é
imprescindível. Ninguém faz ou fez pelo Flamengo qualquer coisa que
mereça outra coisa que não seja salário em dia e condições boas de
treino e exercício da profissão. Eu incomodaria dirigentes,
empresários, imprensa e parte da torcida. Mas quem acreditasse nas
minhas palavras, veria um Flamengo forte, que respeita sua história,
sua torcida e seus profissionais. Ter uma folha salarial de 6 milhões
de reais e um futebol de terceira é uma aberração.

Mas, saberemos que não será assim que as coisas funcionarão.
Infelizmente. Conheço uns 10 rubro-negros que promoveriam mudanças no
clube. Que seriam ótimos administradores, dirigentes de futebol,
treinadores, advogados, gente para área de finanças e marketing. Todos
sem interesses obscuros ou querendo enriquecer às custas do clube.
Como esse grupo, existem outros rubro-negros capazes, íntegros e que
podem ajudar. Precisamos trazer essas pessoas para o clube.
Conseguiremos um dia?

E como a velha política do "pão e circo", é capaz do clube anunciar o
Riquelme, a imprensa fazer festa e a torcida (eu não!) se enganar e
acreditar que está tudo bem, que seremos campeões e que os problemas
acabaram. O clube pode contratar quem quiser ou puder, vencer 3 ou 4
partidas, mas isso não mudará ou acabará com os problemas do clube. A
conquista do brasileiro em 2009 é a prova irrefutável disso tudo que
falei até aqui. Aliás, contratar o Riquelme, trazer o Adriano, é ter a
certeza de que teremos um quarteto de ex-jogadores em atividade em
campo: Leo Moura, Renato Abreu, Riquelme e Adriano. Tudo isso a um
custo superior a 1,5 milhão de reais por mês (18 milhões/ano +
encargos trabalhistas e fiscais). É mole? Investimento alto sem
retorno algum em campo com vitórias, bom futebol e resultados. Algo
corriqueiro às gestões do Flamengo (vide também os salários pagos a
jogadores como Willians, Kleberson, Rodrigo Alvim, David Braz,
Galhardo, Gustavo, Junio Cesar, R10, Angelim e outros).

Por fim, enquanto a torcida arco-íris ecoa sobre a tal "Fla-Press", eu
fico indignado com os jornalistas e comentaristas esportivos. Há uma
preocupação muito maior em publicar reportagens e notícias
sensacionalistas do que realmente discutir ou forçar a reflexão sobre
os problemas do clube e do time. Se houvesse uma imprensa tendenciosa,
seria esta burra e que presta um desfavor ao Clube de Regatas do
Flamengo. Se a preocupação for vender jornal ou espaço na mídia,
independentemente do teor da publicação, ok, mas que se admita isso. A
própria imprensa tem sua parcela de culpa. Poderia ser muito mais do
que realmente é. E os comentaristas esportivos ao tecerem comentários
sobre determinados jogadores (exemplo: Ibson e Leo Moura), deveriam ao
menos assistir as partidas do Flamengo, porque para falar o que falam,
devem fazer de tudo, menos assistir aos jogos do time.

Sou advogado, tenho 31 anos, rubro-negro de carteirinha e de coração.
Daqueles que vão aos estádios, compram produtos oficiais, lêem tudo
sobre o clube, conhecem a história e fazem questão de discutir futebol
com propriedade. Sempre me considerei um sortudo por ter nascido em
81, ano do nosso mundial. Nas maiores vitórias e derrotas que o
Flamengo sofreu no futebol nos últimos 20 anos, certamente em 95% eu
estava presente (me sujeitando na maioria das vezes ao descaso dos
dirigentes com a questão de ingressos, segurança e conforto dos
torcedores no estádio e com as ações de cambistas acobertados por PM´s
e gente de dentro do clube). Mas, as sucessivas e repetitivas
besteiras perpetradas pelas últimas administrações do Flamengo, em
especial, esta última, estão conseguindo a proeza de anestesiar esse
amor que sinto pelo clube. Cada vez mais, a razão está ocupando o
lugar da paixão, fazendo com que eu me convença de que na vida há
coisas muito mais importantes para me preocupar do que propriamente
perder meu tempo com o Flamengo. Até porque, essa situação só
enriquece e agrada a empresários, dirigentes e jogadores (medíocres),
que não estão nem aí para os torcedores.

Se há esperança? Não sei.

Estão acabando com o Flamengo e com o amor que torcedores de bem (e de
verdade) sentem por ele".

SRN.

Rafael Murad

sexta-feira, 13 de julho de 2012

No meio do caminho tinha uma pedra
Não, Drummond não estava fazendo referência à pedra encontrada no curso das obras do mergulhão em Niterói. Todavia, a referência (à fatídica pedra) deveria ter sido feita pelo próprio Executivo Municipal quando da verificação prévia de viabilidade do projeto. Segundo o divulgado pelos veículos de comunicação, a formação rochosa teria sim sido identificada quando das sondagens, contudo sua proporção haveria sido "subestimada" o que teria resultado na paralisação das obras.
O presente texto não possui a pretensão de avaliar as intervenções urbanísticas realizadas em Niterói nos últimos meses, mas sim de alertar os niteroienses ante a falta de transparência de tais medidas. A ausência de uma gestão republicana é entrave à efetiva participação democrática, requisito fundamental para realização de alterações urbanísticas significativas (recentemente verificadas no município).
Em 04 de janeiro do presente ano, no curso das diversas alterações no trânsito de Niterói, foi publicada no Diário Oficial a Lei n. 12.587/12, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana ("PNMU"). Inovadora em diversos aspectos, a PNMU está fundada em diversos princípios republicanos, dentre eles a gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Todavia, a PNMU sequer precisava mencionar que um de seus princípios é a gestão democrática, isso porque uma das diretrizes do próprio Estatuto da Cidade (lei de abrangência nacional que trata política urbana), também aplicável à Niterói – ainda que parte do atual Executivo e Legislativo Municipal finja desconhecer tal regramento –, é a gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.
Dessa forma, toda e qualquer alteração urbanística significativa, esteja ela ligada ao trânsito ou às regras de edificação, deve cumprir os requisitos mínimos fixados no Estatuto da Cidade, inclusive no que se refere à efetiva participação dos grupos sociais afetados. Nesse sentido, lembramos que é ônus do Poder Público fomentar a participação – repita-se – efetiva que, por sua vez, não se satisfaz caso seja concretizada apenas no plano formal.
No meio do caminho de Niterói existem diversas pedras, uma delas é a ausência de transparência dos gestores democraticamente eleitos. Efetiva participação e redução da corrupção se iniciam por meio de uma gestão transparente. Antes de avaliarmos os pontos positivos ou negativos das mudanças que estão ocorrendo em nossa cidade devemos buscar nos inserir nessas discussões e cumprir nosso papel de fiscalização do Poder Público.
A coluna de hoje é contribuição de Pedro Vasques, advogado, especializado em direito ambiental e meu filho !
-- 
Marcio Vasques
METHA Soluções Empresarias
Esta coluna e publicada no JORNAL DE ICARAÍ edição do dia 14/7/2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A ÁGUA NÃO VAI ACABAR.


RIO + 20
A água nâo vai acabar

As questões ambientais são muito difícies de serem analisadas.
O processo climático na Terra é muito complexo.
Você sabe que as previsões meteriológicas são feitas utilizando
super computadores ? E muitas vezes vemos as previsões errarrem !
Não podemos radicalizar de nenhum dos lados. Precisamos preservar
a natureza mas sem exageros. Outro dia,estava se prevendo a extinção do
rinoceronte branco. Desculpe mas que diferença faz a extinção do rinoceronte branco
nas nossas vidas. Espécies de todos os tipos, que nunca conhecemos, segundo especialistas,
conhecemos poucas em relação as que existem, desaparecem todos os dias e não faz a
menor diferença nas nossas vidas. Enquanto a espécie humana, correr o risco de extinção,
não vou ser favorável a se gastar dinheiro com outros animais ! Enquanto existir fome e
miséria, num país pobre como nosso, não apoio gastar dinheiro para salvar o rinoceronte branco.
Os argumentos que o mundo vai acabar por causa da poluição e depredação da natureza é uma balela.
São argumentos econômicos que regem as ações humanas. A nação mais desenvolvida da Terra e a mais
poderosa da Terra não dá a mínima para esses argumentos malucos. Você acha que se essas
coisas de camada de ozônio, efeito estufa, fossem realmente tão ameaçadores, os americanos,
os maiores causadores deles não existariam reagindo, garantindo sua sobrevivência ?! Enquanto isso,
nós pobres e subdesenvolvidos, tornamos nossos produtos e serviços mais caros por fazer exigências
absurdas para garantir a sobrevivência do planeta. O que vejo ao longo da estória da Terra, é que ela
reage conforme as condições do planeta, de modo a manter um equilibrio. A cada ação humana existe
uma reação da Terra e o equilibrio é restabelecido. Se o novo ponto de estabilidade vai ser bom ou ruim para
nós humanos é uma questão a ser analisada. Mas o que é evidente, é que, embora sejamos bilhões de habitantes,
nossa influencia sobre esse sistema ainda é muito pequena. Sobre a questão da água. A água não vai acabar.
Utilizamos a água que vem da chuva. Essa chuva é causada pela evaporação da água dos oceanos (maior parte da Terra)
pela incidência do Sol. O Sol é o mesmo, os oceanos são os mesmos e portanto a água que cai da chuva e que utilizamos
é a mesma. Esse ciclo é muito antigo e possibilitou a vida na Terra. Chamamos de nascentes onde a água brota do chão mas
mas essa água não nasce ali, ela aparece ali. Ela veio do céu, da chuva. O fato daquela nascente acabar não significa que a água acabou mas que ela está em outro lugar e talvez o caminho natural até os oceanos vá mudar mas a água
é a mesma. O processo de limpeza da água portanto é um ciclo natural. Se precisamos de mais água do que fornecida pela chuva, teremos que usar as do oceano e aí o preço aumenta pois o processo de limpeza da água do mar é mais caro.
Portanto, a água não vai acabar, pode a água potável ficar mais cara. Então, vamos preservar sim a natureza, lembrando
que não podemos nos manter subdesenvolvidos pagando nós o preço de exageros. A Rio+20 teve essa oportunidade, de dar esse equilibrio mas desperdiçou. Quem sabe na Rio+40 tenhamos o bom senso prevalecendo !
 
-- 
Marcio Vasques e engenheiro e CEO da METHA -soluções Inteligentes.
Este encontra-se na edição do dia 7 de Julho no JORNAL DE ICARAÍ.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

É BOM SABER 22-06-2012


Este artigo foi publicado no Jornal de Icaraí. Edição de 23-06-2012

POLITICA DE HOJE !
Falar mal dos políticos é cair na mesmice. Estamos vendo agora a mesma corrida desmetida pelo poder e
daí vale qualquer tipo de aliança. Isso não é novo !
O que é novo é a nossa conscientização da importância do nosso voto.
É o momento da escolha. Da nossa escolha. Vamos entender que estamos elegendo os prefeitos e vereadores agora.
Numa metáfora simples, eles são o síndico e conselho fiscal da nossa cidade.
Não adianta não ir à assembléia do condomínio e depois ficar falando mau do síndico.
Isso custa caro e atrapalha nossas vidas.
Vamos escolher alguém que está comprometido com a melhoria da nossa cidade, com proposta coerentes e´possíveis.
Que tenha sempre em mente perguntar a nós o que queremos que seja feito.
Democracia é isso, uma participação constante dos eleitores mas motivada e incentivada pelos políticos.
Não existem soluções mágicas. Nossa cidade tem problemas, não faltam soluções mas vontade política de faze-las.
Prefeitos e vereadores tem limitações nas suas atuações. É preciso que cada um saiba que limites são esses para analisar
as propostas dos candidatos. O que foge a esses limites faz parte da iniciativa política desses nossos representantes de atuar
junto aos de mais organismos de governo e conseguir a execução as soluções para nós.
Agora que stá acabando o prazo para as definições das alianças partidárias, vamos ter a real noção dessas ligações
e os candidatos que estarão se apresentando para essas eleições.
É a nossa hora de começar a análise do que será melhor para a nossa cidade.E depois escolher e votar com coerência,
e depois cobrar dos eleitos, independente se nosso candidato se elegeu ou não.
Participação é a palavra chave que temos que ter nesse momento e sempre !
Queremos decidir o que faremos com nosso dinheiro e nossas vidas agora. Vamos eleger pessoas que são honestas, coerentes, que não tenham o poder como meta mas como meio e que sempre perguntem para nós o que queremos, sem medo ou preocupação de perder o poder.
Esse é o tipo de político que precisamos fazer renascer. Primeiro temos que encontra-los e depois elege-los.

NOTA : A coluna da semana passada foi escrita a meu pedido pelo meu amigo Cezar Rizzo !

sexta-feira, 1 de junho de 2012

E BOM SABER

Em nossa conversa da semana passada,em continuidade,estou propondo uma forma de avaliar o quanto vale o seu voto.
Para termos uma idéia do peso financeiro que o voto tem.A proposta é verificar o orçamento da cidade e dividir pelo número de eleitores, disponibilizamos para os gerentes governamentais gastarem na administração da cidade.
Aqui em Niterói,o nosso orçamento para 2012 é de R$ l.bilhão,430 milhões ( é esse número mesmo.Você meu leitor, tinha noção?).Somos 374 mil,892 eleitores para 2012 segundo o TRE.Fazendo a conta simples dividindo orçamento/eleitor e igual a R$ 3mil,814 reais.É isso aí.Chegamos ao valor do cheque que todo ano, cada um de nós outorga para nossos vereadores e prefeito empregarem para proveito da nossa cidade.Se você considerar que o mandato é de quatro anos, o seu voto vale pelo menos R$ 15 mil, 258 reais com 80 centavos.
Então, ao menos por uma questão de conta, dê o real valor ao seu voto.Veja se você esta tendo retorno por todo esse capital que você está investindo e ou se apenas pequenos benefícios individuais vão cobrir esse valor.
Imagine ainda,que uma família média tem pelo menos 3 votos,então o valor por família passa a ser pelo menos de R$ 47 mil,776 reais,mais 40 centavos.Quanto dinheiro você tem atrás do seu voto e nem sabia.Esse valor é do seu voto para vereador e prefeito, ainda tem mais para deputados,senadores,governador e presidente.
Você daria esse dinheiro a qualquer um?Então antes de enregar seu cheque análise com cuidado.Se você fosse comprar qualquer coisa neste valor certamente você pensaria e discutiria com a família sobre esse investimento.
Após as eleições vou intensificar a campanha para que todos participem da cobrança da aplicação desse investimento.Depois de entregar o cheque temos que acompanhar o investimento. O poder enebria e cega as pessoas.Algum tempo atrás perguntei a um amigo que era diretor de uma rede de shoppings e com a venda da rede ele estava quase aposentado, o que mais lhe fazia falta. A resposta: o PODER ! E quando esse poder vem do voto e é público fica mais fascinante ainda. Isso acaba se tornando um grave problema para a democracia pois essa ansia pelo poder faz com que a pessoas percamo censo. A democracia ainda é a melhor forma de governo mais precisa ser atualizada. E nesse ponto os que estão no poder são reacionários ou deseja mudanças que os mantenham ainda mais.Minha contribuição para esse assunto é que deveríamos ter mais vocações.Quando mais o povo participasse das decisões melhor.Por exemplo,um sindico não pode tomar certas medidas sem consultar os outros condôminos,pois normalmente essa decisão envolve dinheiro.Da mesma forma deveria ser nas questões públicas pois mal comparando o prefeito e os vereadores, ao conselho fiscal.Essa atuação pública é um sacrifício que algumas pessoas se submetem em prol da sociedade.E como todo sacrifício deveria ser de curta duração.
Ser politico é um sacerdócio e não uma profissão.Assim deve haver um rodizio.É bom e necessário paras que vicìos não se perpetuem como vem acontecendo sombreando a as virtudes.Se os atuais donos do poder estão cegos pelo poder vamos ajuda-los escolhendo novos candidatos
Márcio Vasques
É engenheiro e CEO de empresas de administração de shoppings
Esta coluna e publicada todos os sábados no JORNAL DE ICARAÍ